terça-feira, 31 de julho de 2007

. Espera .


Agora sei o quanto posso deixar abertas as portas, pois do meu jardim cuidei nas noites em que na cama revirei o avesso.


Penteio os cabelos três vezes ao dia e os tranço. Bordo pela tarde os lençóis sob os quais dormirá quando encontrar minha nova morada. Cozinho todos os dias, pois cansado de viagem chegará, quando provavelmente o vento soprará gelado, batendo feito brisa doce nos cabelos que já serão geada, pois de fato, os meus também são.


O rádio de pilha, sem sintonia aparente, fala das notícias de um mundo que não mais me pertence, não vivo mais dessas mentiras escandolosas. Vivo de mim, vivo da sua idéia.


Eu que a vida toda acreditei no amor arrumado e sem traças, agora sei que mesmo em infrutífero lamaçal, favas de algodão eclodem.


Sim.


Mesmo com a desordem, mesmo com a dor e as marcas, eu vi. Eu conversei com anjos, santos e quem sabe com o divino, todos sentados frente a mim garantiram que a preciosidade da vida estava no estourar devastador, não por menos o milho seco transformava-se de maneira assim.


Estouramo-nos, e por bem te amo.

2 comentários:

Rebeca disse...

Melhor do que nunda, Ynaitat!

Rebeca disse...

ops, melhor do que NUNCA.